Sobrinho Simões foi a personalidade convidada para a Conferência de Abertura do Correntes d’Escritas 2023.
Esta tarde, no Teatro Garrett, o investigador falou da Cultura e da Ciência de forma descontraída e até divertida. A principal mensagem que deixou foi que a sociedade vive obcecada com a velocidade dos avanços tecnológicos, em particular os que dizem respeito à que permite a longevidade. O que é certo é que a natureza humana tem vindo a perder com esse foco.
Sobrinho Simões é contra a valorização excessiva da genética, referindo que “nós somos nós e os outros”, pelo que devemos continuar a dar “mais atenção à Educação, às crianças, às creches, à família” do que nos focarmos demasiado nos avanços tecnológicos.
Por isso, afirma Sobrinho Simões, “irrita-me a Inteligência Artificial”. Essa, considera, é muito importante como “auxiliar”, por exemplo, na Saúde, para que “a pessoa possa ser monitorizada à distância”. Ainda assim, o cientista considera que a IA tem sido útil na Medicina prescritiva, mas nada rigorosa na preditiva.
Assim, Sobrinho Simões, sublinha que a Ciência não deve anular a Cultura.
Manuel Sobrinho Simões, nasceu no Porto, em 1947. Em 1971, finalizou a licenciatura em Medicina com a média final de dezanove valores, tendo sido nomeado Assistente Eventual da disciplina de Anatomia Patológica (até 1974).
Em 1979, doutorou-se em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Entre Outubro de 1979 e Julho de 1980 fez o pós-doutoramento em Oslo, no “Norsk HydroŽs Institute for Cancer Reserch”.
Graças a este trabalho e às ligações que estabeleceu durante esse período, alcançou o reconhecimento internacional, sobretudo no campo da Patologia Tireoideia, e inaugurou uma longa relação com o meio da investigação científica além fronteiras.
No regresso a Portugal, em 14 de Outubro de 1980, ascendeu ao cargo de Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e, mais tarde, a 18 de Julho de 1988, foi nomeado Professor Catedrático do 4º Grupo (Patologia) nessa mesma instituição.
Em 1989 criou o IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular e Celular da Universidade do Porto), unidade de investigação que dirige e foi classificada como excelente na última avaliação internacional levada a cabo pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e constitui um dos três laboratórios europeus acreditados pelo Colégio Americano de Patologistas. Esta unidade realiza anualmente centenas de consultas de diagnóstico para hospitais e institutos de oncologia da Europa e da América.
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